Os pneus de bicicleta são fundamentais para o rendimento de qualquer ciclista, eles são o ponto de contato da bicicleta com o solo e um importante item de segurança e desempenho.
Para que o bom desempenho ocorra é fundamental ter conhecimento dos tipos de pneus existentes para saber qual pneu é o mais adequado ao percurso, uso ou tipo de trilha a ser enfrentada. Abaixo deixamos algumas dicas importantes, sobre os pneus de bicicletas.
Tipo de pneu
Há vários tipos de pneus, cada qual mais adequado a determinado uso ou estilo de pedalada. Para uso nas cidades, costuma-se recomendar pneus slick (com a banda lisa) ou semi-slick (com cravos muito baixos ou desenhos na banda). Isso porque os cravos aumentam consideravelmente a superfície do pneu em contato com o asfalto, o que provocará maior arrasto. Pela mesma razão, pneus mais finos têm uma performance melhor.
Por outro lado, há ciclistas que preferem ter um pneu mais largo ou mesmo com cravos, seja por receio de escorregar na chuva ou pela resistência do conjunto, já que um pneu largo e cravado aguenta melhor as irregularidades do asfalto, transmitindo menor impacto para os aros. Pneus finos podem comprometer o aro ou terem a câmara furada com maior frequência, quando o pavimento em que você circula for muito irregular ou tiver muitos buracos.
Há pneus desenhados especificamente para uso na cidade, considerados semi-slick por possuírem apenas desenhos na banda e nenhum cravo, com uma largura mediana (1.5). Mas se você passa com frequência por ruas de terra, opte por um modelo semi-slick com cravos laterais, pois eles lhe darão aderência adicional quando ela for necessária.
Atenção: os pneus slick costumam apresentar menor aderência em situações de chuva, portanto não são recomendados se você ainda não tem um bom controle da bicicleta.
Qualidade
É preciso confiar na qualidade do pneu, pois sua segurança depende dele, portanto tente não economizar muito nesse item. Pneus muito baratos têm três problemas principais: arrasto, durabilidade e resistência.
É difícil perceber pontualmente o arrasto: é algo que você geralmente só percebe pedalando uma distância razoável com um pneu e depois com outro, avaliando o quanto se cansou no trajeto. Ciclistas mais experientes conseguem sentir a diferença ao acelerar a pedalada, percebendo o quanto o pneu segura a bicicleta nesse momento.
Como o composto de borracha utilizado costuma ser mais mole, ele deforma um pouco mais conforme você pedala no asfalto, devido ao atrito, calor e peso do conjunto, causando um arrasto maior. Essa diferença não é muito relevante em pneus mais lisos, mas se torna maior em pneus com cravos, que acabam até “esticando” um pouco durante o uso, no momento em que estão em contato com o solo, principalmente quando você está tentando ganhar velocidade.
Para identificar se um pneu é mole demais, crave as unhas nas saliências da banda de rodagem e sinta o quanto resistem ao aperto. É necessário comparar dois pneus diferentes para avaliar o quanto um é mais mole ou duro que o outro.
A durabilidade dos pneus de baixo custo está também associada ao composto ser mais mole, pois com isso o pneu se desgasta mais facilmente. Além disso, alguns compostos de borracha de baixa qualidade podem ressecar e esfarelar mais rapidamente, o que você vai notar por rachaduras, pequenos buracos e falhas na borracha depois de pouco tempo de uso. Isso chega a ser arriscado, porque a estrutura do pneu pode ser comprometida rapidamente e ele abrir na rua quando você menos espera. E com isso entramos também na questão da resistência. Além de desgastar rapidamente, pneus de baixa qualidade podem até estourar ao serem enchidos em bombas de posto de gasolina, ou em situações de uso como ao bater em um buraco, por exemplo, e você vai ter que empurrar a bike por quilômetros até conseguir comprar outro pneu ou voltar pra casa…
Se você é um ciclista pesado ou carrega muito peso na bike, é ainda mais importante usar um pneu de melhor qualidade.
Calibragem
Quanto devemos encher os pneus? A calibragem adequada varia de acordo com o tipo do pneu, terreno, peso do ciclista, condições climáticas (chuva, especificamente) e até o tipo de aro. Complicado? Nem tanto.
Na lateral dos (bons) pneus, há indicação de calibragem mínima e máxima. O quanto você deve calibrar dentro dessa faixa é uma escolha pessoal, onde você vai levar em conta principalmente seu peso corporal, o peso da bicicleta e o da bagagem que você transporta. Quanto mais peso, mais alta a calibragem.
Pneu mais vazio dá mais arrasto, que se traduz em mais estabilidade, mas ao custo de maior esforço. Pneu mais cheio rola melhor no asfalto, mas pode “quicar” um pouco nas irregularidades. Por isso, se você sentir que a bicicleta está pulando demais ao passar em asfalto ruim, baixe um pouco a pressão. Você também pode querer reduzir a pressão quando estiver chovendo ou o chão estiver molhado, para aumentar a área de contato com o solo e, consequentemente, o grip.
Mas atenção ao optar por uma pressão menor no pneu, pois se a calibragem estiver muito baixa ao passar em alguma irregularidade (principalmente as que formam um pequeno degrau), o pneu pode ser comprimido de tal forma que ambos os lados do aro batem com força no obstáculo, “mordendo” a ponta da câmara em ambos os lados. O nome popular desse tipo de furo é “mordida de cobra” e a câmara geralmente esvazia em segundos.
É importante usar uma câmara de boa qualidade, pois as que são feitas de material mais barato (geralmente, as que vêm em bicicletas de baixo custo) nem sempre aguentam uma pressão mais alta e podem até estourar quando calibradas em bombas automáticas de posto de combustível, que muitas vezes jogam a pressão lá em cima e vão baixando aos poucos. E se você usa um aro top de carbono, lembre-se que ele também tem seu range de pressão, que deve ser respeitado para não sobrecarregar o material da roda.
Lembramos duas recomendações adicionais: verificar a cambagem (alinhamento) da sapata de freio, pois se ela estiver torta pode começar a “comer” o pneu aos poucos, acabando com ele; e checar sempre a blocagem antes de sair (a trava de engate rápido que trava o pneu no lugar), caso sua bicicleta conte com esse dispositivo.
Hora da troca
O pneu deve ser substituído quando as ranhuras somem, não se deve chegar na situação de aparecer a lona. Se um pneu careca não for trocado, a bike vai escorregar nas curvas, não vai ter aderência com o asfalto e pode até chegar ao ponto da lona ceder, que é o que segura a trama do pneu, o que fará o pneu estourar.
Outra situação que demanda troca é quando a borracha do pneu resseca a ponto de surgirem rachaduras ou até a perda de pequenos pedaços do material, o que acontece com o tempo. E em bicicletas que ficam encostadas, sem uso, o pneu pode estragar se ele estiver murcho ou apoiado sempre na mesma posição. Portanto, saia sempre com a bike para dar uma voltinha.
Em uma bicicleta com freios v-brake o pneu pode desgastar de forma irregular, se o aro estiver muito desalinhado ou amassado.
Fita antifurto
E a fita de aro – que vai entre a câmara e a roda – também é muito importante e tem que ser de boa qualidade, sendo verificada sempre que se muda a câmara ou o pneu. Uma fita com ponta ou laterais levantadas, ou que não esteja adequadamente instalada para proteger a câmara de irregularidades do aro, pode causar furos na câmara.
Vale o investimento, principalmente para quem não tem habilidade (ou paciência) para trocar uma câmara furada.
Importante: com o tempo, as fitas antifuro deformam e se deslocam, deixando partes do pneu desprotegidas. É importante verificar sua situação depois de alguns meses de uso e trocá-las caso necessário.
No caso de dúvidas, consulte nossos consultores especializados em uma de nossas lojas. Indy Bike, a sua bicicletaria!